Um Mundo Ideal!

 Um Mundo Ideal!


“Construa um mundo ideal, descreva-o, pinte-o.”


Imaginemos que cada pessoa tivesse a tarefa de relatar o mundo conforme pensa ou deseja. Se todos os 212.583.750 brasileiros (dados do IBGE/2024) recebessem tal incumbência, cada redação apresentaria propostas distintas: algumas convergentes, outras divergentes, todas carregadas de subjetividades.


Mesmo que se restringisse a um grupo menor — funcionários de uma empresa, alunos e professores de uma escola, membros de uma associação ou até integrantes de uma família — ainda assim, surgiriam múltiplas complexidades de ideias, observações e reflexões. Detalhe: cada um, munido apenas das ferramentas próprias, sem contato entre si, deveria cumprir a tarefa de modo individual, a fim de se manter fiel ao propósito da experiência.


Mas afinal, qual seria esse mundo ideal?

Quem o implantaria?

Quem seria o responsável por transformar ideias em realidade?

O que seria apontado como prioridade absoluta?

Questões como normas, ética, moralidade, respeito, liberdade, vida, família, amizade, fé, governo e ensino certamente emergiriam nos escritos. Todas elas comporiam o mosaico de desejos humanos, registrados nas diversas redações.


Eis a complexidade do exercício: cada visão de mundo é única, atravessada por críticas, esperanças e incertezas. O sonho de um mundo perfeito esbarra na pluralidade dos indivíduos e na dificuldade de se abdicar de certas convicções — mesmo em prol do coletivo. O que se percebe, sobretudo nos dias atuais, é que muitos defendem apenas seus próprios interesses e ideologias segregadoras, em detrimento da vida e do bem-estar do próximo.


Assim, conclui-se: um mundo ideal que agrade a todos, de forma plena e individual, não existirá. O mal já habita a própria natureza humana e, ao se desnudar, corrompe não só o indivíduo, mas também a sociedade.


Pintar um mundo cheio de cores ou descrevê-lo em textos bem elaborados pode não mudar a realidade. No entanto, contribui para o surgimento de artistas mais sensíveis, escritores mais conscientes e leitores mais preparados — e talvez aí resida uma parte possível desse ideal.


NRC®

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