Invisível pela cidade!

Invisível pela cidade!

Frioooo, que frio?

Não sinto o gélido no meu corpo, aliás, 

As mangas compridas que me cobrem, impede-o;

Alguém se lembrou de mim? Quem é você?

...

No banco de uma praça qualquer, lá estou;

Coberto de qualquer coisa e das chagas da vida;

Está trémulo, será o frio, alguma voz prenuncia;

A noite não passa, onde estou, equipara-se a uma geleira.

...

Em alguns pontos da cidade, nalgum local;

Viadutos, pontes, calçadas,... incômodo?

Mais um ser vivente perambulando, padecendo;

Ou o frio despertando os ouvidos de compaixão!

...

Existir ou não, para quem?

Nem se soma pelos agentes do IBGE;

Uma sombra, ou uma sobra, ou o que restou?

Um ser caridoso surgira de algum lugar e me esquentara, com esse cobertor.

...

Sei que viverei mais um dia, resistirei;

Sobreviverei mais uma noite, alguém me notará?

Menos um inimigo, o frio, outros podem me atacar;

Há tantos outros perigos, inclusive aqui.

...

Pergunta o meu nome?

Onde moro, como vivo? Invisível, sim;

Tenho sido mais um, na maioria das vezes, menos um;

Minha casa! São lugares indesejados.

NRC®

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