Se for homem sai pro limpo!

Se for homem sai pro limpo!”

A data precisa ficará quase impossível descrevê-la, no entanto o fato aconteceu, sim ocorreu, lá numa Fazenda (no interior de Minas Gerais, pertencente à Cidade de Marilac) onde morávamos, meados dos anos de 1980.

Naquele dia encontrava-se na casa, a Divina (responsável por nós), Cleunice (irmã), Darzenir (irmã) e eu, noite muito escura, parece até que mais que das outras noites.

Papai estava na Cidade (Marilac), Mamãe (não me recordo, mas acredito que naquele período estava em viagem com o irmão mais novo, Evaldo).

Tarde da noite, e que noite! Alguém bate à porta (sala), esta dava para frente da porteira, barulho muito alto e assustador, parecia que iria arrebentá-la, a Divina como a mais experiente dentre nós, pergunta:

- Quem é?

Esse que bateu respondeu:

- Eu quero um prato de cumê!

O desespero bateu muito forte em nós, não sabíamos se abríamos ou não a porta, tensão, medo, pavor! Pois aquela voz não era conhecida ou familiar, será que é um ladrão, malfeitor?

Para aumentar esse temor, ouvimos batidas à porta da cozinha (entre as portas – sala e cozinha havia uma distância considerável), isso quase que simultâneos tais barulhos uma a outra (cozinha e sala), pronto! Não podia ser a mesma pessoa (pelo tempo), e agora o que iremos fazer? E assim, as vozes permaneciam (dos importunadores):

- Quero um prato de cumê!

Ela respondeu: - Aqui não tem comida.

Lembro-me que disse a Divina, “fala para ele que tem comida na pensão”, situada na Cidade de Marilac, talvez uns 4 a 5km dali.

Minha ideia não funcionou, pois cada vez mais batiam mais forte à porta e gritavam mais alto: - Quero um prato de cumê.

Nisso a nossa defensora (ainda bem que estava conosco) disse de forma corajosa e firme: - “Se for homem sai pro limpo”.

Ninguém saiu, e assim, o desespero continuava...

Rogávamos aqueles de quem acreditávamos, mas o pavor era muito grande.

Cadê o papai, a mamãe,... estávamos com muito medo.

Não sei precisar quanto tempo durou esse fato, só posso afirmar que parecia horas e horas.

De repente ouvimos rizadas pelo lado de fora, foi quando a Divina (prestadora de serviço nessa fazenda) abriu a porta e para nossa surpresa era o nosso irmão Paulo e o Zezinho (um dos trabalhadores da fazenda).

Sei que a Divina ficara muito descontente com essa brincadeira (de mau gosto), uma espécie de trollagem, os demais irmãos apenas ficaram mais aliviados, visto que eram o nosso irmão e amigo, que tanto amávamos e estavam apenas brincando conosco.

Essa foi mais uma estrondosa história que vivenciamos lá nas Minas Gerais, Marilac, Fazenda do Sr. Lincoln de Melo (dono da tal Fazenda).

Hoje, tal lembrança vem a minha mente como se fosse naquele momento, não tão perfeito, mas o registro de cada ação me faz escrever tais palavras e momentos.

NRC® 

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